Flim 2014: Palestra sobre drogas atrai jovens e educadores

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Palestra sobre interfaces, contradições e articulações entre educação e dependência química ocorreu na tenda Cora Coralina

A Secretaria Municipal de Assistência Social participou, na última sexta-feira (03/10), com uma palestra sobre as interfaces, as contradições e as articulações entre educação e dependência química, da Festa Literária de Maricá (F​LIM). Mediado pelo subsecretário de Prevenção e Combate à dependência Química, Alan Christi, o encontro ocorreu na tenda Cora Coralina e contou com a presença do secretário da Cultura, Sérgio Mesquita; da secretária de Educação, Adriana Costa; e educadores da rede de ensino do município.

Alan Christi iniciou a palestra com a exibição de um slide, apresentando o comprometimento das drogas nas funções neurológicas do dependente químico. O subsecretário ainda advertiu que as drogas não são apenas as ditas ilícitas, mas também os remédios tomados sem receitas médicas e que depois de certo tempo viciam. “O uso da droga na vida do usuário se inicia como um amortecedor de um momento de tensão. Há os que procuram pela maconha, cocaína, mas também têm os que tomam os tais calmantes. Todas as substâncias químicas causam uma dependência psicológica, progressiva e destrutiva”, ressaltou. Alan apontou ainda algumas falhas na educação, principalmente com relação ao método de ensino que condiciona os alunos a não pensar por si próprio. “É importante formar mentes de escolhas. O professor deveria conscientizar o aluno sobre o processo interno do dependente químico”, declarou.

Em seguida, a secretária de Educação, Adriana Costa, completou o discurso do subsecretário com a ressalva de que sejam formados sujeitos pensantes também em casa. “É fundamental que os pais acompanhem a formação, não só acadêmica, mas de caráter de seus filhos. Todos nós, pais e educadores, somos responsáveis pela autonomia da liberdade de expressão, para que esse sujeito seja atuante na história”, disse a secretária. “Meu trabalho junto com a rede de ensino do município é mostrar aos alunos que todos temos o poder de revolucionar e combater os males da sociedade como a dependência química”, concluiu Adriana.

A estudante maricaense Camila Stamm, de 20 anos, pediu para problematizar o assunto sobre a diferença do tratamento do dependente químico entre as classes econômicas e sobre o sistema de ensino. “Primeiro gostaria de parabenizar a forma de como esta palestra está tratando este assunto, sem tabus. Gostaria de dizer que o sistema de educação é arcaico e aprisiona a mente do aluno. E em minha opinião, há diferença no tratamento do dependente pobre e da elite, onde um é descriminalizado e o outro é visto como uma doença, enquanto um é preso o outro é internado em uma clínica”, opinou Camila.

O subsecretário de dependência química, Alan Christi, finalizou a palestra com o alerta de que é necessário trabalhar pela prevenção dos males que as drogas causam. Ele também agradeceu a todos. “Obrigada pela presença de todos e pelo envolvimento da temática que propus expor nesta palestra”.